ATA DA TRIGÉSIMA QUARTA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 12-11-2002.

 


Aos doze dias do mês de novembro do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e doze minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada homenagear o transcurso do Dia da Brigada Militar, nos termos do Requerimento nº 031/02 (Processo nº 0755/02), de autoria do Vereador Pedro Américo Leal. Compuseram a MESA: o Vereador Carlos Alberto Garcia, Presidente em exercício da Câmara Municipal de Porto Alegre; a Senhora Helena Bonumá, Secretária do Governo Municipal, representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Coronel Tarso Antônio Marcadela, Chefe do Estado Maior da Brigada Militar e representante do Comando-Geral da Brigada Militar; o Coronel Marco Antônio de Farias, representante do Comando Militar do Sul; o Conselheiro Porfírio Peixoto, Presidente em exercício do Tribunal de Contas do Estado; o Senhor João Carlos Bonna Garcia, Presidente do Tribunal de Justiça Militar do Estado do Rio Grande do Sul; o Vereador Reginaldo Pujol, na ocasião, Secretário “ad hoc”. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem o Hino Nacional, executado pela Banda da Brigada Militar, sob a regência do maestro Subtenente Marco Aurélio Schweig e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Pedro Américo Leal, em nome das Bancadas do PPB e PPS, reportou-se ao transcurso do dia dezoito de novembro, Dia da Brigada Militar, discorrendo sobre a qualificação dos quadros funcionais que integram essa instituição e tecendo considerações acerca dos motivos que levaram Sua Excelência a propor, à Mesa Diretora, Projeto de Resolução que possibilitou a presente homenagem. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, referiu-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Pedro Américo Leal, afirmando que esta Casa presta uma justa homenagem ao transcurso do Dia da Brigada e ressaltando aspectos singulares desta entidade que marcaram a sua História. Ainda, destacou as características de austeridade e integridade demonstradas pela instituição ao longo do tempo. O Vereador Adeli Sell, em nome da Bancada do PT, saudou a Brigada Militar pela passagem do seu centésimo sexagésimo quinto aniversário de existência, chamando a atenção para os valiosos serviços prestados pela corporação em prol da segurança pública no Estado do Rio Grande do Sul. Também, salientou ser a presente solenidade o reconhecimento da comunidade porto-alegrense a esse trabalho. O Vereador Elói Guimarães, em nome da Bancada do PTB, felicitou o Vereador Pedro Américo Leal pela iniciativa de propor a presente homenagem e pronunciou-se sobre a importância dos valores de hierarquia e disciplina que norteiam as atividades da Brigada Militar, no intuito de preservar os ideais de liberdade e democracia. Também, discursou acerca das ações implementadas pela entidade no intuito de manter a ordem social. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Coronel Tarso Antônio Marcadela, que agradeceu o registro feito hoje por este Legislativo, com referência aos cento e sessenta e cinco anos de existência da Brigada Militar, procedendo à entrega, ao Senhor Presidente, em nome da Corporação, de lembrança alusiva a essa data. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Vereadores Josenaide Dantas, Glauber Bezerra e Nelson Lima, do Município de Santa Cruz - RN, e dos Coronéis Élvio, Moura e Sanfelice, dos Tenentes-Coronéis Prates, Prolo e Sampaio, da Brigada Militar, e do Coronel Nascimento, do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre - CPOR. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem o Hino Rio-Grandense, executado pela Banda da Brigada Militar, sob a regência do maestro Subtenente Marco Aurélio Schweig e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezoito horas e oito minutos, convidando a todos para a Sessão Solene a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Carlos Alberto Garcia e secretariados pelo Vereador Reginaldo Pujol, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Reginaldo Pujol, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear o Dia da Brigada Militar, homenagem proposta pelo Ver. Pedro Américo Leal. Compõem a Mesa o Senhor Chefe do Estado Maior da Brigada Militar, Coronel Tarso Antônio Marcadela, neste ato representando o Comando-Geral da Brigada Militar; a Sr.ª Secretária de Governo Municipal, Ver.ª Helena Bonumá, neste ato representando o Sr. Prefeito Municipal; o Ex.mº Sr. Presidente em exercício do Tribunal de Contas do Estado, Conselheiro Porfírio Peixoto; o Exm.º Sr. Presidente do Tribunal de Justiça Militar do Estado, Dr. João Carlos Bonna Garcia; o senhor representante do Comando Militar do Sul, Coronel Marco Antônio de Farias.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos a execução do Hino Nacional pela Banda de Música da Brigada Militar, regida pelo Subtenente Marco Aurélio Schweig.

 

(Apresentação da Banda de Música da Brigada Militar, que interpreta o Hino Nacional.)

 

Já foram mencionadas as autoridades que compõem a Mesa. Queremos mais uma vez lembrar que o proponente desta Sessão Solene é o Ver. Pedro Américo Leal. Queremos cumprimentar os Srs. Vereadores, os Senhores Oficiais Superiores, os Oficiais e Praças das Forças Armadas, os Senhores Dirigentes de entidades ligadas à Brigada Militar, as demais autoridades presentes, os senhores da imprensa, as senhoras e os senhores.

O Ver. Pedro Américo Leal, proponente desta homenagem, está com a palavra e falará em nome do PPB e do PPS.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Ex.mo Sr. Presidente, Ver. Carlos Alberto Garcia; Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Hoje, nós comemoramos o Dia da Brigada Militar. Voltando ao passado, onde repousam as tradições, vamos entender o presente, onde, às vezes, residem os problemas e também as soluções. Uma corporação militar como a Brigada deve-se preocupar, constantemente, com a vida do soldado, que é a alma da corporação militar. A vida do soldado é simples, é repetitiva, mas é planejada. Nós, os militares, nos caracterizamos por planejar; é uma característica militar, às vezes, com exageros no tratamento. É a vida da caserna!

Acabei de distribuir uma poesia minha, a terceira, de objetivo militar, que está por aí: “A Caserna.”

Ora, o que comemoramos hoje, senão um Projeto de Resolução da Mesa, encaminhado aqui pela nossa querida Helena Bonumá, e por nós endereçado à Mesa da Casa, visando homenagear o Coronel PM Afonso Emílio Massot? Eu sempre digo que é um dos poucos coronéis da Brigada Militar que eu não conheci; o restante, ou foi meu aluno ou eu privei com eles.

O Projeto visava destacar o Patrono da Força; e a Mesa, presidida pelo ilustre Vereador do PT, João Motta, destacou com o proponente do Projeto que provocou a Resolução da Mesa, que era meu, uma diferença de datas consagradas à Brigada Militar e à Polícia Civil. Era o que nós objetivávamos. Nisso tenho de destacar a concordância do PT. Lá, o Delegado Brasil Milano, aqui o Coronel Massot. Por que representávamos e apresentamos dois Projetos de Resolução à Mesa? Havia intenção? Claro que sim. Numa Casa política há sempre intenções. As idéias passeiam por este salão, por este Plenário. Estas são as características desta Casa, a Casa do contraditório: transitam a todo instante idéias contrárias. Lá pelos idos de 15 de maio de 2000, outras idéias fervilhavam, idéias com que nós não comungávamos, algumas impulsionadas por intenções amadoras, volto a dizer, intenções amadoras, que, na Segurança Pública – Conheço segurança pública há quarenta e cinco anos, não é brincadeira! - acarretariam incompreensões, desencontros e hostilidades. E o que pode fazer um legislador, senão projetos que retardem o desfecho daquilo que ele acha que vai ser desastroso? Pode não ser, mas ele acha. Nossos colegas, até adversários políticos, entenderam a nossa intenção, pelo que sou muito grato a todos. Muito grato, está vendo Adeli Sell? Nunca escondi isto: sou muito grato. Na época da aprovação vieram à tribuna Vereadores como Luiz Braz, Cyro Martini, Nereu D’Avila, Cláudio Sebenelo, João Dib, Reginaldo Pujol, que nos ajudaram para que os dois patronos fossem destacados de Tiradentes. A Casa vinha em socorro da matéria. Pregava-se a união das duas polícias.

Assim, de repente, sem planejamento, abruptamente, a toque de caixa, como se diz na caserna. Não é possível!

Por isso todos nós, aqui, entendemos que não era possível juntar. Como? Em silêncio esta Casa sentiu a iniciativa. Hoje, não vemos cadetes fardados pelas ruas. Todos se lembram dos cadetes da Brigada Militar, fardados na rua, como era bonito. Espadim, à semelhança da Escola Militar! Como era bonito aquilo!

O Colégio Tiradentes se foi. O QG está para ir. A Casa do Comandante, apanágio do comando, já era. O impasse das invasões, sempre uma dúvida no emprego da tropa.

Eu fiz três intervenções. Sei o que é uma intervenção. Se joga tudo. É um perigo. Você não sabe o que vai acontecer. Tudo pode se dar.

Reclama-se, não se vê PM nas ruas. Os efetivos, onde estão? Claro que nós precisamos aumentar o efetivo da Brigada Militar. Se tem dezenove mil homens, tem muito. E não vou nem dizer aqui as direções que eles tomaram, não. Para quê?

Não se faz um PM por mês, um PM é feito num ano e um mês. É preciso tempo e instrução contínua para fazer um PM. E se pensa que se faz um PM por mês! Se faz num ano e olhe lá. É uma preparação minuciosa, porque à proporção que se dá à instrução se tem que ver o grau de intelecto daquele que recebe a instrução. Um militar, mais que o civil, vive de símbolos, de valores, toca uma música na caserna. É a música da mística. Lembram-se da Banda? Por que a Brigada Militar tem uma Banda, me respondam? Porque tem. As organizações civis não têm banda, quando muito tem um canto afônico. Mas ela tem que ter banda. E, às vezes, um cachorro atrevidamente seguindo a banda , que beleza! O militar vive mais que o civil. Os símbolos, os valores, isso é preciso repetir, é a pose, é o garbo, é a postura que ergue um militar.

Instruí por trinta anos a Polícia Civil e por vinte anos a Brigada Militar, com muita honra. Na Polícia Civil o policial tem que descer, se imiscuir com o marginal, fui chefe de polícia, sei o que é isso, ele precisa ser útil à sociedade. Quando exerci o cargo criei a operação veraneio que existe até hoje para aliviar o policial civil na sua labuta na praia, para que ele pudesse relaxar. Como podemos unir coisas diferentes, Brigada Militar e Polícia, uma Militar enquadrada; a outra, Polícia Civil, solta para funcionar, tem que funcionar solta. A Polícia Civil tem que ser assim. Só com uma escola única, com zelo e planejamento para executar a operação de juntar as duas, em tempo, conscientizada pelas duas Corporações. Elas têm que entender isso, têm que viver isso, e achar que é conveniente fazer isso.

É preciso, além de tudo, tempo e bom senso, os dois temperos que temos que jogar no prato.

União sem convivência escolar não é integração, é mistura, é viver ao lado, até sem se estimar.

A ação policial é distinta: uma preventiva; a outra é investigativa, mas trabalham juntas contra o crime. E como nós estamos precisando de polícias neste Brasil, é no Rio, é em São Paulo, aqui, também. Como são melhores as polícias do Brasil, e como é melhor a Polícia Militar e a Polícia Civil do Rio Grande. Eu, melhor do que ninguém, posso dizer isso, porque preparei coronéis, tenentes-coronéis, majores, capitães e delegados de polícia durante todo esse tempo. Desportivamente, fala-se: “para terminar”, terminar com algo leve. Eu tenho curso de Educação Física e posso dizer que time que está empatando com dificuldade em campo adversário, em campo alheio, Ver. Garcia, não se mexe. Não é, Marcadela? Sustenta-se a partida até o fim do segundo tempo. É só isso. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Registramos a presença dos Vereadores Adeli Sell, Elói Guimarães, Reginaldo Pujol e Antonio Hohlfeldt, recém-eleito Vice-Governador do Estado.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra e falará em nome do PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu tenho, ao longo do tempo, sustentado que estas solenidades deveriam comportar um único e importante pronunciamento. Essa minha convicção, Ver. Pedro Américo Leal, há muito esposada e da qual V. Ex.ª é testemunha, hoje se revigora mais do que nunca. Esta Casa não pode prestar melhor homenagem à Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul do que um pronunciamento de V. Ex.ª, homem experimentado nas lides policiais e, sobretudo, grande mestre, grande instrutor que, ao longo do tempo, formou tão competentes profissionais para o Rio Grande.

Como é da tradição, o meu Partido, o Partido da Frente Liberal, não poderia se omitir nesta hora – se quisesse me omitir, eu teria de ser muito hábil, porque num pequeno afastamento meu do Plenário, pouco antes do início da Sessão, eu ouvi o brado do Coronel Pedro Américo Leal: “Escuta, Pujol, não vais ficar na Sessão?” Aqui estou dizendo presente, dizendo que subscrevo, se assim me permite o Coronel Pedro Américo Leal, o seu pronunciamento, dizendo, como estou a afirmar, que nada, nem uma palavra sequer do conjunto de palavras que foram proferidas pelo orador, perde sentido no momento histórico da Brigada Militar no dia de hoje. No final, a indicação de que o jogo está por terminar uma das suas etapas, todos nós percebemos. E a Brigada, ao longo da sua história, teve muitos jogos. Muitas vezes quiseram lhe impingir derrotas, e o time organizado soube resistir, soube manter uma tradição que, ao longo do tempo, fez da Instituição, Brigada Militar do Rio Grande do Sul, não só uma das instituições mais respeitadas em termos policiais da federação brasileira, mas uma das mais amadas e mais compreendidas da história do Rio Grande do Sul.

Todos nós, seja um guasca como eu, filho de Quaraí, seja o Ver. Adeli, que veio de Santa Catarina, o Ver. Elói Guimarães, que aqui aportou vindo de Santo Antônio da Patrulha, seja qualquer um de nós, Vereadores desta Casa, temos guardado dentro de nós alguma coisa e alguma lembrança da nossa tenra infância, que nos dá essa sensação de respeito, e mais do que de respeito, de admiração pela Brigada e pelos brigadianos.

Sou até suspeito para falar, já que tenho várias pessoas com vinculações consangüíneas comigo e com minha família pertencentes aos quadros da Brigada, mas tenho a tranqüilidade de, procurando cumprir o Regimento da Casa, neste pequeno espaço que me foi reservado, em reafirmando as posições aqui colocadas pelo Ver. Pedro Américo Leal, inserir, em nome do PFL, em nome da corrente política que represento nesta Casa, a nossa homenagem, a nossa solidariedade, a nossa subscrição ao pronunciamento e ao sentido da homenagem.

Recebam todos os senhores, recebam todos os amigos que aqui vêm para ouvir a homenagem dos Vereadores porto-alegrenses a esta grande Instituição da vida pública do Estado, a nossa mais calorosa homenagem, porque essa homenagem não pode ser tão suficientemente calorosa para se fazer à altura do que precisa ser feito em regozijo e em louvor à gloriosa Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Adeli Sell está com a palavra, em nome do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente dos trabalhos Ver. Carlos Alberto Garcia, nobres autoridades já nomeadas pelo protocolo, meus caros colegas Vereadores, autoridades aqui presentes, Brigada Militar, senhoras e senhores, tenho o prazer de, em nome do meu Partido, o Partido dos Trabalhadores, fazer esta saudação nesta tarde.

Vejo aqui a força, a determinação, o apego pelas coisas da nossa Cidade, do nosso Estado, do nosso País, a busca da tranqüilidade na sociedade. Esse é um dos papéis mais importantes cumpridos pela Brigada Militar, porque nestes dias conturbados que vivemos, seja aqui ou fora daqui, há sempre o temor pela insegurança; mas, a mulher, o homem fardado, o soldado, o oficial, onde estiverem, ali está uma formação, ali está uma pessoa capacitada para que nesses momentos difíceis possa nos dar mais tranqüilidade. Nós precisamos, neste momento em que vivemos, desta história acumulada pela nossa Brigada Militar, com o seu conhecimento técnico e profissional, Ver. Pedro Américo Leal, e com a relação diuturna com a sociedade, tenho certeza, com esta Brigada Militar nós continuaremos a dar um bom trabalho e muita tranqüilidade a nossa sociedade.

Não haverá soldo que pague o trabalho, a força, a determinação, a coragem e todos os enfrentamentos que muitas vezes devem ser feitos por um soldado, por uma soldada ou por um oficial; não, mas eu acredito que o nosso reconhecimento talvez possa chegar perto para essa compensação, porque nós temos um reconhecimento pela Instituição, pelo trabalho, pela história. Nós esperamos que assim continue, e tenho certeza de que assim continuará, porque há, como já disse, determinação e vontade, e fico muito encantado em ver que a Brigada tem uma tradição, mas ela também tem renovação, porque o mundo que criou, e este Estado que criou a Brigada Militar já não existe mais. O mundo é outro, os problemas são outros. Nós vemos o soldado a pé, de bicicleta, a cavalo, motorizado, de motocicleta; nós vemos preocupações com o ambiente, o Batalhão Ambiental, nós vemos a Polícia Montada, nós vemos o Apoio Fazendário nas fronteiras, nas divisas com outro Estado, ou seja, a presença em todas as partes. É isso que faz com que nós tenhamos orgulho de chegar aqui e poder dizer obrigado Brigada Militar!

Continuemos nesse bom caminho; continuemos irmanados, porque também esse é o aprendizado que nós fizemos conjuntamente: uma Brigada que se relaciona, que se inter-relaciona com a sociedade, com a sociedade organizada, com os outros Poderes Públicos e essa relação tem de continuar, e tenho certeza de que ela continuará. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra e falará em nome do Partido Trabalhista Brasileiro.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda dos componentes da Mesa e demais presentes.) Esta solenidade, que está institucionalizada nesta Casa, deve-se muito ao trabalho do Ver. Pedro Américo Leal. É de grande importância, porque aqui reunidos, a Cidade - e quando fala um Vereador, fala a Cidade -, a Cidade tem na Brigada Militar um instrumento da sua própria defesa.

Algumas doutrinas na história e no tempo, muitas vezes, cometeram lamentáveis equívocos, quando, em determinados momentos, sustentavam determinados pontos de vista da incompatibilidade, vejam bem, da segurança com a liberdade, da segurança com a democracia. Antes, pelo contrário, se examinarmos a História passada e presente, vamos ver na História que não é possível a democracia, que não é possível a liberdade, se não tivermos a segurança. Pelo contrário, a segurança é o instrumento da liberdade, a segurança é o instrumento da democracia.

A Brigada Militar é o Estado, como o Exército, a Marinha e a Aeronáutica são a União. São pilares fundamentais sem os quais a sociedade soçobra.

Com a Brigada Militar se tem uma conotação singular: chama-se, no País, de Polícia Militar e, historicamente, no Rio Grande do Sul, de Brigada Militar. Ela possui um papel de polícia preventiva e ostensiva especializada em diferentes setores, mas tem um papel fundamental de guardiã da ordem interna.

Nós já tivemos crises, problemas sociais que, em determinados momentos, o Estado era Brigada Militar, tal a complexidade dos acontecimentos, as dificuldades - não estou objetando -, as greves e uma série de fatores de ebulição social, onde a presença e o Estado era a Brigada Militar, senão, o brigadiano. Então, vejam a significação da Brigada Militar para o nosso Estado, para a nossa sociedade.

Evidentemente que o nosso tempo é escasso para que continuemos a fazer reflexões em tema tão importante, Ver. Pedro Américo Leal, quanto homenagear a Brigada Militar, mas que se diga em alto e bom som: os Governos passam, mas a Brigada fica. Não há Governo tão forte que possa não permitir que a Brigada fique. E a Brigada continuará assente, a meu juízo, nos princípios da hierarquia, nos princípios da disciplina, enfim, com as suas escolas, com os seus colégios, com o seu Quartel General, porque isso é fundamental à existência e à segurança da própria Instituição. Isso é símbolo caro para nós.

Então, fica aqui, Sr. Presidente e autoridades, a nossa saudação. E que a Brigada continue desempenhando o seu papel. Temos de dotar, Ver. Antonio Hohlfeldt - V. Ex.ª que é Vereador já há cinco mandatos, e vai assumir, para orgulho desta Casa, as altas funções do Estado do Rio Grande do Sul, ao lado do futuro Governador -, temos de dar dinheiro para a segurança, dar dinheiro para a Brigada Militar, fazê-la forte, firme, porque é a sociedade que quer! É a sociedade que pede segurança!

Então, a nossa homenagem e o nosso respeito à gloriosa Brigada Militar! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Neste momento, fará uso da palavra o Sr. Chefe do Estado Maior da Brigada Militar, Coronel Tarso Antônio Marcadela, neste ato representando o Comando-Geral da Brigada Militar.

 

O SR. TARSO ANTONIO MARCADELA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Sr. Representante do Comando Militar do Sul, Chefe do Estado Maior da 6.ª Divisão de Exército, Coronel Marco Antônio de Farias, cujo palestrante no nosso Ciclo de Estudos Estratégicos do Estado Maior nos brindou com uma excepcional experiência de seu ofício fora do País, representando a União e a força terrestre; Ver. Pedro Américo Leal, nosso profissional das lides das forças terrestres, estudioso da Secretaria da Segurança Pública, das causas da segurança pública, tivemos a honra de poder ser seu instruendo e ouvir os seus caminhos, suas palestras, as suas orientações; Srs. Vereadores que fizeram uso da tribuna: Ver. Reginaldo Pujol, Ver. Adeli Sell e Ver. Elói Guimarães, os nossos respeitos, pelas suas colocações, em nome da Brigada Militar; caro Coronel Élvio; Coronel Inácio, Comandante Regional; Diretores de Departamentos da nossa Brigada Militar; oficiais superiores, praças, homens e mulheres que fazem a representação, neste ato, da Instituição Brigada Militar, sediada em Porto Alegre.

A Brigada Militar tem a Banda, porque ela tem sentimento. E a Banda está aqui presente e nos brindou com a execução do Hino Nacional, o símbolo que nos une como brasileiros.

O momento é de emoção, porque falamos em nome do Comandante da Brigada Militar, em nome do Subcomandante da Brigada Militar, que estão em viagem ao Interior do Estado, após o ato da Assembléia Legislativa, também em outras homenagens da Instituição. Então, coube a nós estarmos aqui hoje representando, na Casa do Povo porto-alegrense, junto a eminentes representantes que aqui estão, e agradecer, de coração, esta homenagem, porque aqui é a representação do povo porto-alegrense.

Queremos dizer que são cento e sessenta e cinco anos. Olhando para trás e ouvindo o nosso historiador Moacir Almeida Simões que, ontem, na Feira do Livro lançou um livro “História da Brigada Militar”, ouvindo esse historiador e lendo, ontem à noite, parte dessa obra, a gente internaliza na memória corporal do corpo que nós carregamos os feitos de cada um dos brigadianos que constituíram a Instituição Brigada Militar.

Tivemos a fase bélica do Primeiro Império, e muitos doaram sangue, passamos pela Regência, onde o País transitava no Segundo Império, e muitos foram os feitos. Vieram os ideais republicanos no final do século XIX, novamente uma transição passou por uma Instituição. Vieram outros fatos, marcando e registrando, a sangue, a mediação de conflitos, a instalação de paz, a busca de qualidade vida e de espaço do povo gaúcho. Olhando esses cento e sessenta e cinco anos, ano a ano, dia a dia, hora a hora, lendo boletins da Instituição, a gente sabe, a gente internaliza o valor desses cento e sessenta e cinco anos. Por isso que a emoção toma conta do nosso corpo emocional. Dizer que essa Instituição tem os seus princípios legados nessa história, e honramos essa história a cada dia que passa, porque ela nos acolheu um menino na Sargento Witt, aos dezesseis anos, e a nossa história está dentro dela. Os valores que nós cultuamos são a lealdade, a honestidade e, acima de tudo, a verdade. Então, ela está baseada também nessas questões.

A visão de uma instituição que sai de uma sociedade agrícola, onde foi criada, atravessa uma sociedade industrial, passa por uma sociedade pós-moderna, e ingressa numa sociedade do conhecimento. Que polícia nós queremos ser? Sabemos e conhecemos, temos convicções de como deveremos ser como polícia.

Como disse bem o Ver. Elói: “Os Governos passam!”, e cada Governo tira e coloca alguma coisa na Instituição, e ela vai sobrevivendo, vai crescendo e vai criando, porque a Instituição é o povo, porque a Instituição são as autoridades, porque ela é legítima, é legal, e ela está sempre obediente aos ditames do Governo.

Poder de polícia, na sociedade do conhecimento, começa com um pai e uma mãe dentro de uma casa, com um professor e uma professora numa sala de aula, o poder de polícia de um prefeito, de um secretário de Município, exercendo as suas fiscalizações em todos os momentos. Mas quando falam em polícia, lembramos da Brigada, e critica-se a Brigada.

Segurança pública é um sentimento, e só se sente segurança se está-se, desde o início, com alguns valores de respeito ao Estado Democrático de Direito às leis, às normas e aos costumes da sociedade a que estamos inseridos. A governabilidade só acontece quando há segurança; é o mal e o bem, a Brigada está a serviço do bem.

Nas favelas e em alguns espaços talvez do Rio Grande, mas com convicção do País, nós já estamos vendo na televisão onde o Estado não entra, a “zona marrom” acontece, e o mal está mandando. Então, governabilidade, para que exista, tem que ter, acima de tudo, o comprometimento de todos: da sociedade, das autoridades e dos poderes que fazem o Estado acontecer.

Obrigado, Ver. Professor Garcia, por este momento. Quero deixar materializado este ato para que fique nesta Casa, na Casa do Povo da Cidade de Porto Alegre, a Capital dos gaúchos, um mimo, representando os cento e sessenta e cinco anos de existência de uma Instituição que é o fiel da democracia no País, no Estado e talvez no MERCOSUL. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

(Procede-se, em nome da Corporação, à entrega de lembrança alusiva a esta data.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Queremos registrar também a presença da Ver.ª Josenaide Dantas, dos Vereadores Glauber Bezerra e Nelson Lima, da Cidade de Santa Cruz, do Estado do Rio Grande do Norte, da recém-eleita futura Governadora Dilma Farias. É uma honra tê-los aqui nesta tarde, principalmente em uma homenagem como esta, com a qual estamos comemorando os 165 anos da Brigada Militar, uma iniciativa do Ver. Pedro Américo Leal, homem sempre zeloso desta causa, que, em todas as oportunidades em que pode, relembra sempre a importância, não só da Brigada Militar mas de todas as corporações ligadas às Forças Armadas. Então, Ver. Pedro Américo Leal, receba mais uma vez, em nome da Casa, os nossos parabéns por essas iniciativas.

Aqui, hoje, foi lembrada muito bem a importância da Brigada Militar como instituição que, alguns dizem, sobrevive. Mas nós temos a certeza de que, a cada dia, a cada momento, ela cresce como fermento, porque é uma Instituição forte, composta por homens sérios e baseada nos dois princípios que o Ver. Elói Guimarães colocou: o princípio da hierarquia e o princípio da disciplina.

Queremos também lembrar que o Coronel Tarso Marcadela foi muito feliz quando disse que a segurança pública é dever do Estado, mas é responsabilidade de todos. É importante que nós tenhamos sempre esta lembrança: que cada um e cada uma possam fazer a sua parte.

Quero cumprimentar dois Coronéis - Élvio e Inácio - e vou quebrar o protocolo para fazer uma saudação aos Tenentes-Coronéis e profissionais de Educação Física aqui presentes: o Prates, o próprio Coronel Élvio, o Moura, o Tenente-Coronel Prolo, o Tenente-Coronel Sampaio, o Coronel Marcadela e o Sanfelice também. Quero também homenagear o Coronel Nascimento, do CPOR, ligado também às atividades esportivas.

Senhoras e senhores, a Câmara Municipal de Porto Alegre sai daqui, neste dia, feliz porque, mais uma vez, cumpriu a sua missão e o seu dever de divulgar e promover aquilo que é feito de bom na nossa Cidade e no nosso Estado.

Podem ter a certeza, a Brigada Militar nos honra muito, porque os policiais militares são o espelho vivo da segurança da nossa Cidade e do nosso Estado.

Neste momento, queremos convidar todos os presentes para cantar, mas também ouvir a execução do Hino Rio-Grandense pela Banda de Música da Brigada Militar, regida pelo Subtenente Marco Aurélio Schweig.

 

(Ouve-se a execução do Hino Rio-Grandense pela Banda de Música da Brigada Militar.)

 

Agradecemos à Banda da Brigada Militar e a todos pela presença. Damos por encerrada a presente Sessão Solene. Muito boa-noite a todos.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h08min.)

 

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